liguei
de novo
a
luz, nas badaladas
das
4 da manhã
e
eu digo a você:
"vamos
a paz
iremos
com luz
ou
seja a tua própria
em
minha penumbra''.
você
sorri naturalmente
e
me beija, e me pede
contra
a minha vergonha
que
sorria, e estamos na paz
que
em todos esses anos,
eu
vejo tão mais rala
e
quanto a você
tão
mais funda.
mas
diz me agarrando
com
uma mão, em outra
pondo
outra música
e
atrás da porta, vejo:
que
paz estão nos cantores,
com
as dividas, o mal fim
a
fome, a morte, os cordéis
veja
atrás da porta:
''é
deles a opção de cantar
ou
é como condição dos poetas?''
e
ela me diz: '' são os condicionados,
como
a condição de se amar dois malditos poetas.
nas
noites de almodóvar
o
mundo inteiro morreu
''esses
são pouco felizes''
''os
que cantam''?
''é,
os que estão dentro do público
nas
mais solitárias notas''.
a
paz, pra eles, só sobre a guerra
''Mas
e quanto a nós''?
e
teve medo, e correu pra detrás da porta:
''somos
felizes, pela paz
pois
estamos em nós''.
e
ela sorriu, atrás da porta
pobre
d'alma funda
e
boca rasa.
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