sábado, 11 de outubro de 2014

Ana que outro homem vês?

Estes olhos vis,
descansam nos óculos
e não sei do que ris,
e que outros olhos vês.
Mas estes não são,
digo-lhe que os vejo
e são marés febris
e findas num mar vermelho.
E o carmesim,
que me procura
seja apenas metáfora
ou rouge de sua boca
Ana.
Não sei terminar,
Ana esse poema
como não saber terminar o beijo
como nem sei como lhe beijei.
E se ris sem nada,
que acrescente riso
gargalho contigo
que é de ti, que ninguém saberá.
Ana de danada teu nome,
levante as saias que irei,
mergulhar, e prometo, de olhos fechados
que eu quero é me esconder de mim.
Vinde a me curar,
vai trabalhar tão cedo
e eu tão inútil escrevendo,
quantos poemas que a vida lhe deu.
Vou lhe contar, porque me escondo
atrás dessas telas quadradas,
que sou tudo que pede as mulheres,
e lá estão elas com os errados,
e sou pendente caso da fantasia.

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